Alguns estilistas atribuem ao retorno das modas setentistas e oitentistas um certo teor "vintage", mas, por serem relativamente recentes, o termo não é devidamente atribuído a estas décadas. O resgate da moda "pin-up" é um excelente exemplo de "moda vintage". Roupas com tecidos propositalmente "desgastados" também são chamados vintage, justamente por ter uma aparência de usado, antigo, de outra época.
Vintage 20's
Livre dos espartilhos, usados até o final do século 19, a mulher começava a ter mais liberdade e já se permitia mostrar as pernas, o colo e usar maquilhagem. A boca era carmim, pintada para parecer um arco de cupido ou um coração; os olhos eram bem marcados, as sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da maquilagem.
A silhueta dos anos 20 era tubular, com os vestidos mais curtos, leves e elegantes, geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os movimentos frenéticos exigidos pelo Charleston. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e ancas pequenas. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.
A década de 20 foi da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.
Vintage 30's
Os anos 30 redescobriram as formas do corpo da mulher através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias. As saias eram longas e os cabelos começaram a crescer. Os vestidos eram justos e rectos, além de possuírem uma pequena capa ou um bolero. O corte enviesado e os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite marcaram os anos 30, que elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção.
A moda dos anos 30 descobriu o desporto, a vida ao ar livre e os banhos de sol. Assim, devido às exigências das actividades desportivas, os saiotes de praia diminuíram, e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite.
A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e desportiva, como é o caso o modelo da actriz Greta Garbo. O seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas mulheres.
Aliás, o cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos costumes. Hollywood, através de suas estrelas, como Katharine Hepburn e Marlene Dietrich, e de estilistas, como Edith Head e Gilbert Adrian, influenciaram milhares de pessoas.
Vintage 40's
Durante a época da II Guerra Mundial, o náilon e a seda eram escassos, fazendo com que as meias finas desaparecessem do mercado. Estas foram trocadas pelas meias soquetes ou pelas pernas nuas, muitas vezes com uma pintura falsa na parte de trás, imitando as costuras.
O corte da roupa era recto e masculino, ainda em estilo militar.
As jaquetas e abrigos tinham ombros acolchoados angulosos e cinturões. Os tecidos eram pesados e resistentes, como o "tweed", muito usado na época. As saias eram mais curtas, com pregas finas ou franzidas. As calças compridas tornaram-se práticas e os vestidos, que imitavam uma saia com casaco, eram populares.
Os cabelos das mulheres estavam mais longos que os dos anos 30. Com a dificuldade em encontrar cabeleireiros, os grampos eram usados para prendê-los e formar cachos. Os lenços também foram muitos usados nessa época. A simplicidade a que a mulher estava submetida talvez tenha despertado seu interesse pelos chapéus, que eram muito criativos. Nesse período surgiram muitos modelos e adornos. Alguns eram grandes, com flores e véus; e outros, menores, de feltro, em estilo militar.
Vintage 50's
Nos anos 50, a cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias já, a silhueta era extremamente feminina e jovial.
Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 50, o das ingénuas chiques, encarnado por Grace Kelly e Audrey Hepburn, que se caracterizavam pela naturalidade e jovialidade e, o estilo sensual e fatal, como o das atrizes Rita Hayworth e Ava Gardner, idealizado pelas pin-ups americanas, loiras e com seios fartos.Entretanto, os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 agigantam-se, isto é, Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, misturando os dois estilos, a devastadora combinação de ingenuidade e sensualidade.
A maquilhagem estava na moda e valorizava o olhar, o que levou a uma infinidade de lançamentos de produtos para os olhos, composto por sombras, rímel, lápis para os olhos e sobrancelhas, além do delineador. A maquilhagem realçava a intensidade dos lábios e a palidez da pele, que devia ser perfeita.
Era também o auge das tintas para os cabelos, que passaram a fazer parte da vida de dois milhões de mulheres e das loções alisadoras e fixadoras. Os penteados podiam ser coques ou rabos-de-cavalo, como os de Brigitte Bardot. Os cabelos também ficaram um pouco mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas davam um ar de menina.
Ao som do rock and roll, a nova música que surgia nos 50, a juventude norte-americana procurava a sua própria moda. Assim, apareceu a moda colegial, que teve origem no sportswear. As raparigas agora usavam, além das saias rodadas, calças cigarrete até os tornozelos, sapatos baixos, sweatar e jeans.
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